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O Lado Oculto dos Passeios de Balões

   Em menos de uma semana, dois acidentes graves com balões de ar quente chocaram o país. O mais recente ocorreu em Praia Grande (SC), onde um balão com 21 pessoas pegou fogo e caiu, resultando em 8 mortes. Apenas 13 passageiros sobreviveram, incluindo o piloto. O município, conhecido como destino turístico de balonismo, agora enfrenta questionamentos sobre a segurança da atividade.

Na tragédia em Praia Grande, SC, uma garota perdeu a mãe e o pai 


Poucos dias antes, outro balão com 35 pessoas caiu em Capela do Alto (SP). Uma mulher morreu e outras 11 ficaram feridas. O piloto, que operava com documentação irregular, foi preso por homicídio culposo agravado e por exercer atividade irregular de balonismo.

 


Os 13 sobreviventes, incluindo o piloto, foram encaminhados para hospitais locais.  Praia Grande em SC é conhecida por ser um destino turístico de balonismo. O delegado-geral da Polícia Civil do Estado de Santa Catarina, Ulisses Gabriel, afirmou que a causa do acidente será investigada. A Polícia Científica também participará da apuração.   

Voar de balão é frequentemente retratado como uma experiência mágica — o silêncio das alturas, a vista panorâmica e a sensação de liberdade. No entanto, por trás dessa imagem idílica, há riscos reais que muitas vezes não são devidamente comunicados aos passageiros.


 

Embora o balonismo seja considerado uma das formas mais seguras de aviação, ele depende inteiramente das condições climáticas. Rajadas de vento repentinas, mudanças bruscas no tempo e falhas no envelope do balão podem transformar um passeio tranquilo em uma tragédia.


 

No Brasil, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) regulamenta os voos de balão, exigindo licenças específicas e registro das aeronaves. No entanto, muitos voos turísticos são realizados sob a classificação de “atividade desportiva”, o que dispensa certificações mais rigorosas. Isso significa que passageiros podem embarcar em balões operados por pilotos sem formação técnica reconhecida.


 

Casos recentes, como estes acidente em Boituva (SP) que matou uma mulher grávida, e este outro em Praia Grande (SC), com oito mortos, mostram que as tragédias não são tão raras quanto se imagina e muitos não são notificados. 


Poucos sabem, mas ao embarcar em um balão classificado como “desportivo”, o passageiro está legalmente assumindo todos os riscos. A própria Anac afirma que essas atividades ocorrem “por conta e risco dos envolvidos”, sem garantia de segurança ou certificação da aeronave.

*Artigo co-produzido com ajuda da IA da Microsoft