Como já é sabido, 16 mil litros de produto químico vazaram após uma carreta tombar na BR-101 em Paulo Lopes, na Grande Florianópolis, no sábado, dia 25 de janeiro, e a carreta carregava clorito em containers .
Agora o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA),constatou no estudo sobre o ocorrido que houve contaminação do solo, do rio e da vegetação próximos do local. O IMA encontrou exemplares de peixes mortos.
O clorito de sódio é utilizado para desinfecção na indústria alimentícia. Ele é corrosivo e apresenta riscos ambientais e à saúde devido à toxicidade de seus vapores e líquidos.
Na carreta haviam pouco mais de 40 mil litros do produto, e cerca de 16 mil vazaram.
Fábio Castagna da Silva, gerente de Resíduos e Qualidade Ambiental do IMA, disse que felizamente a vegetação ajudou a conter o produto.
"O local ali tem um relevo bastante acidentado. Então, desses 16 mil litros, boa parte ficou retida na própria vegetação. Então acabou que a vegetação serviu como uma grande contenção e foi bastante danificada. Está toda queimada".
Já uma "quantidade significativa" do produto também foi parar no rio próximo, o Rio Cova Triste.
"Já no dia do acidente, no sábado pela tarde, a gente caminhou pelo rio e identificou a fauna afetada, principalmente que tinha fauna que é visível para a gente. Esse agente é oxidante é forte e acaba sufocando toda a fauna", informou ainda Fábio.
Ainda no sábado, a empresa responsável pelo produto fez coletas da água do rio, atividade que vai continuar nesta semana. "A gente vai acompanhando a situação do rio em relação à qualidade da água, à toxicidade da água", declarou o responsável pelo Instituto de Meio Ambiente.
Fábio Castagna ainda diz: "A gente vai notificar a empresa para fazer uma avaliação ambiental da extensão do dano. A gente teve essas medidas iniciais, que foi identificar a fauna afetada, e nós estamos aguardando esses resultados preliminares da água também para começar a avaliar a extensão do dano".( algo previsto em lei).
"Conforme a nossa legislação ambiental e a lei de crimes ambientais, nós temos o princípio do poluidor pagador. Então o poluidor, nesse caso é a empresa, ela é obrigada a reparar o dano. Então o IMA, como órgão ambiental, vai atuar para que esse dano seja reparado de todas as formas".
“A gente vai poder indicar à empresa o que deve ser feito, o tipo de análise que deve ser feita nesse momento, principalmente de identificação da fauna e flora afetada e a extensão disso, os métodos para que isso seja avaliado e a empresa deve executar", complementa.
Momentos após o acidente na BR-101 em Paulo Lopes, SC — Foto: CBMSC/Divulgação |
A AD FOODS, empresa dona do produto químico e a transportadora ALCELOG vão ter as suas devidas responsabilidades apuradas pelo IMA.
A Alcelog disse em nota ao site G1 que "Desde o momento do acidente, estamos com empresas especializadas (Unybrasil e Ambipar) cuidando de todo o processo de limpeza e análise dos danos causados".
Já a Ad Foods não retornou o contato do site G1.
O acidente com a carreta carregada com o poderoso produto químico ocorreu no km 260 no bairro Cova Triste , na divisa com Garopaba.
No dia do ocorrido, a Prefeita de Paulo Lopes, Fernanda Leite, (PSD) , postou um vídeo desde o local do ocorrido , nas redes sociais da Prefeitura em que procurou tranquilizar os moradores. Ela disse que estavam desde o começo da manhã no local onde informou que não foi atingido nenhum abastecimento de água do munícipio e que a Prefeitura estava no local com a Equipe da Defesa Civil do Estado, Equipe do IMA, Defesa Civil Municipal mais o Secretário de Saúde Municipal, Secretária do Meio Ambiente Municipal e a Equipe da Secretaria de Obras Municipal e todos e que todos os trâmites necessários estavam sendo feitos e que já havia uma equipe de laboratório no momento no local coletando análise e pediu : -''Então, fiquem tranquilos que nenhuma rede municipal do município e principalmente aqui da comunidade do bairro Penha , foi atingido.''
Fonte: G1, Prefeitura de Paulo Lopes