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A vida de Paul Alexander e de Martha Lillard dentro de um pulmão de ferro

  Paul Alexander viveu em um pulmão de ferro por mais de 70 anos  desde que a poliomielite o deixou paralisado do pescoço pra baixo, Ele morreu recentemente após contrair Covid-19.



  Ele morreu pacificamente na presença de seu irmão Lincoln que o ajudava em muita coisa como por exemplo   das redes sociais de Paul.


 Lincoln postou no movimentado Tik Tok de Paul criado no início do ano e que conta com milhões de visualizações  a informação da morte do irmão. No último vídeo postado  , Paul fala  que   havia "quase morrido mil vezes" e suspeitava que não tinha muito tempo restante.


O  incrível homem tinha   78 anos e foi internado no hospital onde testou positivo para Covid-19 em  fevereiro,  informou ainda  seu irmão e gerente de mídia social a sua legião de fãs em um vídeo no TikTok postado em 27 de fevereiro. Ele recebeu alta e foi para casa,  mas ainda estava "fraco".


"Eu sei que houve muitas perguntas e comentários sobre  por que não postamos mais vídeos de Paul", disse ele, enquanto explicava à época  que Alexander ficou doente.

Paul em sua cadeira de rodas na juventude num dos momentos que saia da máquina

"Na semana passada, infelizmente, ele foi levado às pressas para o pronto-socorro do hospital, testou positivo para Covid, o que é muito, muito perigoso para alguém com sua condição",  informou Lincoln.


"Felizmente eles têm um pulmão de ferro no hospital só para ele, e ele pôde voltar para casa neste fim de semana.


"Mas infelizmente ele ainda está meio fraco, ainda tem alguma confusão  , ainda está lutando para comer e se hidratar", acrescentou.


 Paul Alexander era dono  da conta  @ironlungman no Tik Tok  e seu nome por lá era  como 'Polio Paul', como se auto-dominava,  Em  seu último vídeo ele  conversou com seus fãs e respondeu perguntas em uma série chamada 'Conversas com Paul'. 

ANIVERSÁRIO DE 78 ANOS EM 30 DE JANEIRO PASSADO


O público ficou muito triste e chocado com a notícia da morte do homem da pulmão de ferro.


Uma das pessoas  escreveu: "Para sempre fique tranquilo Paul  Alexander, você foi a pessoa mais inspiradora que tive o prazer de seguir e sempre esteve voando alto".


Kai Kupferschmidt, jornalista que entrevistou Alexander em várias ocasiões, escreveu no X  : "Tão triste saber que Paul Alexander faleceu ontem aos 78 anos de Covid-19".

PAUL EM SUA INFÂNCIA JÁ DENTRO DO PULMÃO DE FERRO


 Paul contraiu poliomielite em 1952, quando tinha apenas seis anos de idade. E embora , graças  aos avanços da medicina já pudesse   viver fora do pulmão de ferro   por longos períodos de tempo,  ele havia se acostumado com a máquina e  acabava voltando para ela. 


 Mesmo vivendo lá dentro, Paul  fez faculdade, tornou-se advogado e autor de publicações.


 Sua história  correu o mundo e influenciou positivamente pessoas ao redor do mundo.

 

@ironlungman Episode 1 of Convos with Paul! We will be responding to comments and questions about Paul’s life, his polio, and life in an iron lung! Please be positive 😊 #PaulAlexander #poliopaul #ironlung #conversationswithpaul ♬ Chopin Nocturne No. 2 Piano Mono - moshimo sound design

 Quando tinha 21 anos,  Paul se tornou a primeira pessoa a se formar em uma escola de ensino médio em Dallas  mesmo sem nunca  ir às aulas presencialmente.


Ele foi aceito na Southern Methodist University em Dallas, depois de muito preconceito  da administração universitária e, em seguida, entrou na faculdade de direito na Universidade do Texas, Austin.


 Paul era   um advogado de julgamento e representou clientes importantes no tribunal  . Nas sessões ele usava   três peças de terno e uma cadeira de rodas modificada que mantinha seu corpo paralisado,  de pé.

 

@ironlungman Replying to @jyoung Being positive can be hard if you let your circumstances control your attitude! I like to think of all the amazing people I have in my life! #conversationswithpaul #ironlung #poliopaul #PaulAlexander #QandA ♬ 只剩下自己孤单 - 刘美丽Dicey

Nãi bastasse tudo isso, em vida Pau também organizou uma manifestação pelos direitos das pessoas com deficiência e publicou seu próprio livro de memórias .


 Seu livro de memórias tem 155 páginas e foi cuidadosamente elaborado  . Ele  levou cinco anos para ser concluído; nele  Paul  escreveu cada palavra com uma caneta presa a uma espécie de canudo em sua  boca.


Com o tempo , seus pais faleceram, um de seis irmãos e muita coisa aconteceu neste mundo lá fora. Seu pulmão de ferro não era mais o mesmo dos anos 50 e em   2015 começou a vasar ar , e após postar u vídeo em seu canal no YouTube pedindo ajuda,  o mecânico Brady Richards  conseguiu arrumá-lo.

 

O aparelho é uma espécide de  ventilador dentro de uma grande caixa de metal amarelo,  e a pessoa fica deitada dentro dele , com o dispositivo preso firmemente ao redor do pescoço.


Ele funciona criando um vácuo que atrai  mecanicamente oxigênio para os pulmões  em pessoas  pacientes cujo sistema nervoso central e função respiratória foram afetados pela poliomielite.


Enquanto esteva no hospital, os médicos tentaram fazer com que Paul respirasse sozinho, desligando a máquina e forçando-o a sair dela , mas não demorou muito para que ele  ficasse sem ar e desmaiasse.


 Hoje em dia já existe tecnologia e técnicas de respiração   mais  avançadíssimos, mas Paul   optou por  continuar usando a máquina   porque estava acostumado. e saía dela diversas vezes. Alguns pacientes passavam apenas um curto período no pulmão de ferro  (semanas ou meses, até que conseguissem recuperar a força dos pulmões e respirar de forma independente outra vez.)  Mas, para os pacientes cujos músculos dos pulmões estavam permanentemente paralisados, o pulmão de ferro  foi  fundamental para a sobrevivência. 

 Martha Lillard desenvolveu uma técnica para deixar por alguns instantes o ‘pulmão de ferr



Agora com a morte de Paul Alexander ,  Martha Lillard, de Oklahoma, é a última pessoa no mundo a ainda  usar o  aparelho.



 

Martha Ann Lillard, é natural da cidade de Shawnee, em Oklahoma (EUA) e começou a usar o pulmão de ferro ainda criança após também ficar  paralisada pela poliomielite em 1953,  com cinco anos de idade. Agora, Martha tem 75 anos.


Na época uma semana e meia depois de comemorar seu aniversário, ela acordou com dores na garganta e no pescoço. Sua família a levou ao hospital,  e ela foi diagnosticada com a famigerada poliomelite.

 Martha Lillard no ‘pulmão de ferro’   quando  criança,


 A então menina foi daí   colocada no pulmão de ferro .


Em entrevista à NBC News em 2013, ela relembrou o exato momento em que foi colocada no aparelho. "Quando fui colocada nisso pela primeira vez, foi um grande alívio",  recordou.


Desde então, sua vida passou a depender do aparelho milagroso apesar de angustiante. Embora a maioria dos pacientes só tenha usado o pulmão de ferro durante algumas semanas ou meses, sempre dependendo da gravidade da paralisia,  teve que usá-lo até hoje e também assim como Paul, não pôde  ter tido uma vida igual das demais pessoas.


Em entrevista à Rádio Diaries, ela contou que tentou outras formas de ventilação, mas não se adaptou. "Eu tentei todas as formas de ventilação. O pulmão de ferro é a mais eficiente, melhor e mais confortável", considerou.


Eu só queria que as pessoas entendessem que não é que eu quero estar no pulmão de ferro. Isso não é verdade. Eu preferiria não precisar disso. Mas às vezes, quando chego lá, digo 'obrigado!'. É maravilhoso entrar nisso. Foi o que esteve lá e que salvou minha vida. E eu sei que é a única coisa que me manteve aqui. 

Cena triste de várias crianças usando pulmões de ferro nos anos 50, realidade que acabou graças a vacinação


Porém Martha, felizmente, assim como Paul, pode sair para fora diversas vezes graças a técnicas modernas, como a de respiração e Martha consegue se sentar , provavelmente fruto de fisioterapia.


 Na década de 90   Lillard teve problemas com a manutenção de seu aparelho.  Ela  procurou em   hospitais e museus que poderiam ter alguns dispositivos antigos, mas ou eles os jogaram fora, ou não quiseram se desfazer da coleção.  Daí então Martha acabou comprando um pulmão de ferro de um homem em Utah, que por sua vez é  a máquina que ela usa até hoje.


Porém, o desgaste das peças segue  ainda é um grande problema pata Marta. A vedação ao redor do pescoço que cria o vácuo para o funcionamento do dispositivo, por exemplo, não é mais produzida.

Assim como o de Paul, o pulmão de ferro de Martha também possui um espelho


O pulmão de ferro de Paul e o de Martha tem um espelho. Isto ajuda o paciente a olhar diretamente para  a pessoa que está conversando com ele e o visitante a olhar o rosto do paciente sem precisar ficar cara a cara um com outro.


A poliomielite felizmente com o tempo quase que desapareceu do mundo graças a vacinação . Infelizmente tem surgido alguns casos graças a pais irresponsáveis e3 criminosos que não vacinam seus filhos. 

Fonte: Daily Mail, UOL. Fotos: Divulgação