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| FOTO REAL DO AVIÃO ACIDENTADO |
procedimentos de cheque são executados em rápida sucessão.Logo depois, um comissário de bordo entra correndo na cabine e diz que está reclamando dos ruídos sob a poltrona dele .Este mesmo comissário já havia entrado minutos antes relatando que um dos passageiros estava se queixando da tripulação o que irritou o piloto dizendo que agora iriam começar as reclamações.Dessa vez, o comissário disse: ''Comandante, um passageiro na primeira classe está reclamando de um ruído sob a poltrona.
Os três pilotos d imediatamente reagem, irritados contra a reclamação. Entre outras frases, uma se destaca: “Vai ver que é a perna dele tremendo” , diz um dos tripulantes técnicos. Minutos depois, o co-piloto Figueiredo faz um comentário peculiar e profético.''- F/O Figueiredo: Estamos levando um defunto ilustre. E tá podre…
Cap. Carneiro: O quê?
F/O Figueiredo: É, estamos levando um defunto ilustre e tá podre. Mas aguenta até o Rio…
O comentário de Figueiredo era uma referência ao fato do PP-VJK já estar “morto” para a Varig, com sua carreira encerrada. Os pilotos sabiam que aquele era o último vôo programado para o 707 na Varig e que a aeronave já havia sido vendida à FAB. O comissário faz aindamais um comentário:
Cmro.: Um passageiro diz que viu uma labareda…
Cap. Carneiro: Mas como? Tem fogo lá?
F/E Cardoso: Não.
Cap. Carneiro: Mas o motor tá apagado, né?
F/E Cardoso: É, olha aí, tá apagadão.'' Minutos depois, a tripulação relaxa um pouco. Conversam sobre a mudança de planos, sobre o fato que demorarão mais a voltar ao Rio. Comentam que têm saudade de alguns restaurantes do Rio e fazem planos de sair para comer quando chegarem ao Brasil. Minutos depois, as luzes da Cidade de
Abidjan começam a ser vistas desde a aeronave.
Cap. Carneiro: Olha aí Abidjan. Está claro. ''Minutos depois, o avião já sobrevoa Abidjan. A torre do aeroporto após as informações do piloto oferece a pista 03 para pousar o avião, mas o comandante decide pousar na pista 21, que, apesar de exigir uma manobra maior para o pouso, possui instrumentos de aproximação. Ele decidiu voar sem flaps e sem baixar os trens de pouso, provavelmente devido à diferença de potência entre os dois lados causada pelo desligamento do motor nº 1. Com os flaps recolhidos, o avião precisa permanecer em maior velocidade para que não haja estol. que é a perda de sustentação por não haver sucção em cima das asas e pressão embaixo delas. O Boeing iniciou a curva-base, última antes de entrar na reta final para o pouso.Daí então, o alarme de estol soa na cabine, devido ao fato do avião fazer uma curva para a esquerda para que possa pousar na cabeceira 21 do aeroporto. A aeronave inclina rapidamente para a esquerda e, após se curvar mais de 90 graus, voando a cerca de 400 km/h, o pior acontece! O avião cai e explode numa área de mata fechada, cerca de apenas 18 km a nordeste de Abidjan. Os ultimos seis segundos foam assim: Ocorreram mais uma aceleração dos motores, ao mesmo tempo que o comandante exclamou, num tom exaltado, assustado com a situação:
Cap. Carneiro: O que está acontecendo aí?
Impotente diante do inesperado, amarrado à sua cadeira postada imediatemente atrás dos dois pilotos, o engenheiro Cardoso respondeu rispidamente:
F/E Cardoso: Nada, porra!
O co-piloto Figueiredo, acompanhando a operação através da leitura dos instrumentos, num tom de pânico, ainda tentou alertar o comandante Carneiro, mas já era tarde demais para ele e para os ocupantes do PP-VJK:
F/O Figueiredo: Olha a altura! Olha a velocidade!
Nesse instante, o Boeing virou de dorso, de barriga para cima. O solo agora aproximava-se velozmente: o nariz do Boeing afundava na direção da floresta. Carneiro, ainda incrédulo com o que acontecia ao Varig 797, gritou, num misto de surpresa e pavor:
Cap. Carneiro: O meu horizonte (artificial) pifou!
Infelizmente o horizonte artificial não havia falhado. Ele fazia a tradução de a atitude anormal do Boeing, que já havia girado além dos 90º em relação ao solo. E a situação indicava também um fenômeno conhecido como “desorientação espacial” que ocorre quando o piloto não mais sabe em que atitude a aeronave está. Carneiro estava perdido enquanto o Boeing que pilotava entrava num mergulho, invertido, rumando direto ao solo a quase 400 km/h.
A última frase dita por um dos tripulantes do voo 797 foi um curto comentário do co-piloto Figueiredo, expressada num tom de voz mais para o resignado do que para o apavorado. Ele disse, simplesmente:
F/O Figueiredo: Vai bater.
No segundo seguinte, o Boeing 707 chocou-se contra as grossas árvores da floresta equatorial, desintegrando-se instantaneamente. Os tanques de combustível, ainda cheios, romperam-se imediatamente e uma grande explosão iluminou o céu estrelado da floresta.
| Professor Neuba Yessoh; único sobrevivente |
