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AS MISTERIOSAS LUZES DO MORRO GRANDE.

 O Morro Grande se localiza na rodovia MG-050, a 6 km do centro de Itaúna, na região Centro-oeste de Minas Gerais. No local, em várias épocas, foram registrados diversos avistamentos luminosos, presenciados por pessoas de culturas distintas. O local que abriga algumas fazendas ao seu redor preserva também alguns enigmas e lendas a respeito de fatos inexplicáveis ou assombrosos. Detalhe: por muitos anos o “Morro Grande” foi o local de maior incidência em acidentes automobilísticos na rodovia MG-050 em Itaúna. Por se tratar uma serra íngreme e longa, no alto de um abismo, a pista traiçoeira já tirou a vida de várias pessoas em acidentes que aconteceram e ainda acontecem naquele local – diminuíram, após a implantação de um pedágio as proximidades.



Em busca de avistamentos da “Mãe do Ouro” ou de “luzes” pelas populações rurais, em 1998 eu estive em algumas poucas fazendas daquela região e recebi interessantes informações de um caseiro local. Segundo ele, um certo “mistério” envolvia um tal Sr. João (nome fictício) que morava numa fazenda ali perto. De acordo com a informação, este senhor teria achado certa vez, naquela região, uma espada de ouro. Segundo ele, a espada foi encontrada após escavarem o local onde uma estranha luz era vista constantemente pelos moradores do entorno da serra. Segundo ele, aquela luz era a Mãe do Ouro e havia mesmo ouro por ali. Lembrando que, na crença dos sertanistas em vários estados do Brasil, sobretudo no interior de Minas Gerais, São Paulo e Bahia, a ‘Mãe do Ouro', avistada como uma bola de fogo, seria uma espécie de protetora do ouro existente nos locais onde é avistada, afugentado os exploradores do nobre metal.



Fui até a tal fazenda que preferimos não identificar por ser bastante conhecida no município. Procuramos o caseiro, que chamaremos aqui de Sr. João, que tinha 55 anos e o encontramos na companhia de seu irmão, que chamaremos de Manoel, de 57 anos. Suas peles morenas do sol do campo, sustentavam fisionomias cansadas aparentando ter idades mais avançadas. Os dois me receberam cordialmente, mas, senti que um clima de desconfiança estava pairando no ar. Perguntei se já haviam visto alguma luz no céu ou perambulando pelo campo. João me disse que mora no local há 40 anos, e que avistou certa vez, uma luz descendo numa montanha [apontando com o indicador para a tal montanha], há uns 30 anos. “Desceu uma luz e sumiu no lugar onde morava um pessoal que mexia com espiritismo” - contou. Comentando o relato do irmão, Manoel confirmou que há vários anos tinha um pessoal naquele local “mexendo com estas luzes”.



Naquela época os irmãos moravam juntos, e numa certa noite, ambos viram quando uma espécie de “balaio de fogo” – como disseram - veio descendo devagar perto da casa deste pessoal “que mexia com as luzes”. Manoel contou que, às vezes, esta luz ainda aparece por lá. Eu tentei puxar assunto para ver se iam falar alguma coisa sobre a espada de ouro. Perguntei-lhes se não ficaram intrigados com aquela luz descendo na serra. Mais envoltos no assunto e parecendo confiar mais em mim, por fim, ambos confessaram que após verem os fenômenos luminosos naquele local, foram lá quando não havia ninguém e procuraram ouro mesmo, pois acreditavam que a tal luz era a Mãe do Ouro.



Eles contaram que usaram várias ferramentas e na companhia de mais duas pessoas (amigos) cavaram muito o local nas imediações de onde sabiam que a luz costumava descer. Quando lhe perguntei se acharam uma espada de ouro nas escavações, eles trocaram olhares surpresos entre si e João me disse na ponta da língua: que acharam mesmo uma espada, porém, que não era de ouro, era de ferro e estava enferrujada. Ele disse acreditar que a tal espada fazia parte dos rituais de “macumba” das pessoas que antigamente viviam na casa onde descia a luz.



Notei que o neto de Manoel de 9 anos estava conosco e ouvia atentamente a conversa. O menino então pediu para ele me contar sobre a luz que havia visto dentro do curral. Manoel meio contrariado, disse que viu uma “espécie de tocha vermelha, parecendo uma brasa”, no chão de seu curral. Segundo ele, a luz não se movimentou e pouco depois desapareceu no mesmo lugar.



Parecia que os irmãos não queriam divulgar informações precisas sobre as estranhas ocorrências que buscamos naquele local. Particularmente, acredito que tiveram outras experiências acerca de “luzes estranhas” e quiçá de outros fatos relacionados, mas não desejavam revelar muita coisa. E, afinal, eu era um estranho que apareceu na casa deles, fazendo muitas perguntas. O que pode tê-los feito bolar várias teorias a respeito a minha origem e meu interesse por tais fatos.



Esta fazenda visitada dista a poucas centenas de metros da serra da Mata da Onça, o local de maior “incidência luminosa desconhecida” em Itaúna.



Fato é que na época em que fiz esta reportagem pude percorrer outras fazendas daquelas cercanias e ouvir histórias incríveis sobre objetos luminosos, ou simplesmente “luzes” que vagavam pela noite, sem qualquer explicação sensata para sua origem e aparecimento. As testemunhas, a maioria gente humilde e sem cultura, me narrava sempre com emoção histórias incríveis, mesmo temendo que eu colocasse em xeque a sua sanidade mental. Vários destes relatos que foram tornados públicos e com acesso livre aos internautas encontram-se nos acervos do portal UFOVIA. http://www.viafanzine.jor.br/ufovia.htm



- Reportagem publicada originalmente em 2000 com exclusividade pelo informativo impresso "UFOMANIA" (Arte Viva, Itaúna-MG, 2000). A presente versão foi revisada e editada por Pepe Chaves em 24/06/2018 para UFOVIA. * Pepe Chaves é jornalista e editor dos portais Via Fanzine, UFOVIA e da ZINESFERA.

 

- Fontes: Relatos verbais concedidos ao autor.