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A FORTUNA DA FAMÍLIA CIVITA E O FIM DA EDITORA ABRIL

  Em um comunicado interno feito na manhã desta segunda-feira, dia 6 de agosto, O Grupo Abril anunciou a seus funcionários que ainda restam O FIM das revistas Cosmopolitan,Elle, Boa Forma,VIP,Viagem&Turismo,Mundo Estranho (da grife Superinteressante),Arquitetura,Casa Claudia,Minha Casa e a Bebe.com. Ficam apenas Veja, Exame e Cláudia como anunciamos dias atrás . A decisão foi anunciada numa reunião com funcionários e diretoria. Superinteressante e Quatro Rodas tendem a deixar de circular nos próximos dias.
Família Civita no passado de glória-foto: Flávio Torres

Todas as demais já foram vendidas ou fechadas. A Placar, por exemplo, foi vendida por 50 milhões para a empresária carioca Patricia Coelho, que não pagou a primeira parcela.  Superinteressante deve ser devolvida para a Editora dona da marca , A espanhola J&G. As revistas da Disney passarão a ser publicadas pela  Culturama. O Grupo Abril já está nas mãos da Alvarez &Marsal uma empresa que faz administração judicial. Um empregado da Abril disse que  a mulher dele foi uma das demitidas nessa manhã .  A família Civita já deixou o grupo . Os três irmãos donos do grupo,Giancarlo, Roberta Anamaria e Victor Civita , estão na lista das pessoas mais ricas do Brasil com cerca de 13 bilhões de reais .Menos da metade desse dinheiro salvaria e muito o grupo.

 Mas parece já não haver mais vontade de seguir no negócio de publicações impressas que está ao que tudo indica vivendo seus últimos dias.  O marido de Roberta Civita ,Jairo Mendes Leal , depois de 40 anos perdeu todos os cargos conquistados como executivo do staff da AbrilPar. Ele tinha assento no conselho editorial e foi demitidos pelos irmãos homens de Roberta após a morte do pai em 2013.Os herdeiros promoveram mais de uma centenas de demissões, dividiram a própria família e  entraram em conflito com  o cunhado e   principal executivo;  Mais que isso! Acabaram com a editora e com o grupo! Jairo Mendes Leal, conceituado no mercado publicitário saiu jurando que iria montar sua própria editora. Ele atualmente dirige  sua própria editora. Resultado de imagem para jairo mendes lealA  Tipuana dona da revista Gosto. .A Tipuana é uma editora super moderna ao contrário da Abril que parou no tempo em sua forma de atuação e nos seus ideais  e editorial. A Tipuana se diz ''uma produtora de conteúdo para diferentes plataformas: on e off-line, redes sociais, eventos, B2B e B2C. Criamos e executamos desde artigos a projetos completos de comunicação''. O pai, Roberto Civita, morreu em 2013. 

Antes, dois anos, deixou em 2011, em escritura pública, seu desejo em testamento; Em 1999, quando o então Robert Civita e sua segunda esposa Maria Antônia se casaram, assinaram um pacto antenupcial em que a ela nada caberia senão o apartamento em que viveram até sua morte, na Rua Escóssia, em São Paulo, e uma gleba de terras em Itapecerica da Serra.

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Doze anos depois, já Roberto Civita, ele mudaria de ideia e deixaria muito mais, em dinheiro, bens – inclusive sua cota-parte num helicóptero Agusta A109E – e obras de arte, para ela, naquele testamento, que assinou destacando que o fazia para “manter a harmonia e a unicidade entre seus herdeiros” e que já tinha transferido parte do patrimônio para os três filhos, do primeiro matrimônio. A viúva ficou com o Fundo Exclusivo Rugir Multimercado e 25% dos ativos financeiros declarados por Roberto ao Imposto de Renda. Resultado de imagem para familia civita
 Empresas gigantes do grupo como escolas, MTV, Editora Ática, Editora Scipione, DirecTV, TVA,Listel,UOL, e outras foram vendidas e o grupo e a família lucrou com isso e parte do dinheiro foi usado para pagar dívidas e funcionários.   Os Civita têm participação no capital da Caras, mas não se sabe em que percentual. E chamou a atenção de muitos jornalistas  alguns fatos curiosos como o que   muitas revistas terem passado para a Editora Caras e o fato dos Civita terem faturado R$ 1,2 bi com a venda da Abril Educacional mas não terem aportado um centavo para a Editora Abril,O histórico de impostos atrasados da Abril, que em vários outros momentos se resolveu via Refis e companhia. 
E  , depois de 2015 , parece que não mais,O fato, conhecido, de que a empresa acumula passivos relevantes com o Fisco e com os bancos,  Se as revistas passadas a Editora Caras não são rentáveis para a Abril, com sua imensa tradição de revistas, por que seria para a editora Caras? ,No ano de 2014 a Abril tentou o mesmo esquema de passar  títulos de revistas para a Caras ,com os canais UHF, transferindo para o executivo José Roberto Maluf . Apesar de respeitado no mercado, Maluf não tinha tanto dinheiro pra comprar a MTV. Suspeitava-se que por trás dele estaria a dobradinha Caras-Abril.Acredita-se que algumas das revistas vão para Caras por uma questão de sinergia e outros para que sejam fechados sem respingar na imagem da Abril .Resultado de imagem para predio da editora abril
Suntuoso prédio onde ficava  a sede da Editora Abril: Sair por falta de pagamento
No primeiro caso estão títulos femininos voltados para a classe média baixa, de baixo preço e custo de produção (32 a 64 páginas em média).  Estão nesse cesto os títulos Ana Maria, Minha Novela, Viva Mais, Tititi, Sou+Eu, Máxima e Minha Casa.
 

 


Novo prédio  Editora   Abril no Cambuci em SP: Pequeno
 
Somam-se ao ganho de sinergia as tradicionais Manequim e Contigo!, além das revistas de nicho Bons Fluídos e Vida Simples   . É muito significativa da derrocada da Abril a transferência da sempre forte em publicidade Arquitetura & Construção.

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 A questão do "tamanho Abril" perpassa a todos os títulos. Dado seu gigantismo, títulos que seriam uma "benção" para editoras médias ou pequenas, simplesmente não dão dinheiro para a editora . Acredita-se em uma estratégia de três focos: (i) os donos estariam transferindo títulos para a outra empresa de modo a ficarem resguardados em um eventual processo de falência; (ii) a transferência seria concentrada em revistas semanais, que exigiriam um número maior de profissionais e uma infraestrutura mais ágil de produção e (iii) os donos manteriam a Veja na Abril por conta do poder de barganha e influência que revista lhes conferiria.E  uma coisa bem curiosa entrea Abril e a Caras é que a Caras pertence a Jorge Fontevecchia, que teve um diário importante  na Argentina, “Perfil”, similar à Veja em seus ideais antiquados. Fechou. Sua editora depende exclusivamente da revista Caras, que nos últimos anos vêm perdendo tiragem e receita de publicidade.Quando Roberto Civita morreu  , Fontevechia publicou um artigo com o título “Roberto Civita, mi maestro”  . Nele narra a influência de Civita sobre ele, as parcerias que tiveram em algumas revistas.A família está de volta para os EUA,de onde o avô e fundador da empresa, o ex-sapateiro Vitor Civita veio para fundar a editora com dinheiro emprestado por Walt Disney. 

*atualizado em 13 de novembro de 2023.