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A Verdadeira Torre de Babel

 

A Torre de Babel pode ter sido mais que um mito. De acordo com a Bíblia, ela foi erguida pelos homens como uma forma de alcançar os céus e alguns pesquisadores e arqueólogos já encontraram índicios de sua existência, através de ruínas localizadas no Oriente Médio. A TRAJETÓRIA DA CONSTRUÇÃO DA TORRE Ela é encontrada, em versão sucita, no primeiro livro de Moisés, o Gênesis, no capítulo 11. Na época, todas as raças e povos falavam a mesma língua. Mas a idéia de erguer a torre foi vista aos olhos de Deus como presunção.
 TORRE DE BABEL NO IMAGINÁRIO
O Altíssimo, irado, destruiu a construção e impingiu um forte castigo aos homens: a divisão de sua comunicação em vérias línguas diferentes. Isso dificultaria novas uniões para empreitadas tão ousadas. DESAFIO OU LOVOR A DEUS? Crenças à parte, ainda resta uma dúvida: A Torre de Babel teria realmente existido? No âmbito religioso, os cristãos auto-intitulados fundamentalistas optam por crer pia e literalmente na existência da Torre. Enquanto outros acham que a história da construção é apenas uma alegoria, uma metáfora. O Mundo da Ciência enxerga tudo com outros olhos. Arqueólogos e historiadores discordam da Igreja em vários pontos e acreditam que haja um grande erro em relação a alguns trechos do Velho Testamento. Para a maioria doa arqueólogos, o homem não estava desafiando Deus numa tentativa de construir uma escaderia para o céu, mas sim o inverso: Oferecendo a Ele um caminho para a terra. De acordo com pesquisadores, houve uma confusão interpretativa por parte de quem escreveu os primeiros livros do Velho Testamento, o Pentateuco-não cabe aqui julgar se foi ou não Moisés. Provavelmente foram os judeus nômades, que viviam no cativeiro da Babilônia oito séculos antes de Cristo, que perceberam o que aconteceu de forma equivocada. Os peritos dizem que uma prova são os restos do que se acredita ser a Torre de Babel original, ainda visível ao sul de Bagdá, hoje capital do Iraque.
 TORRE DE BABEL ATUALMENTE
CONFUSÃO DE LÍNGUAS Durante séculos, a própria existência da Babilônia foi considerada um mito. Foi somente na década de 1920 que exploradores britânicos descobriram a famosa cidade de Ur, na Mesopotâmia do Sul, desenterrando provas da existência real daquele império. Arqueólogos encontraram numerosas estruturas semelhantes a torres chamadas zigurats-a maior delas feita de tijolos queimados (exatamente da forma narrada no Gênesis) e com 91 metros quadrados. A maioria dos peritos acredita que se trata da própria Torre de Babel. Há indícios de que ela teria sido construída por sumerianos vindos das montanhas. Ao chegarem á Babilônia, os sumérios imitavam seu montanhoso hábitat original com a utilização de tijolos. Usavam essas construções como locais de culto e, longe de estarem desafiando Deus, ofereciam a Ele uma escada de pedra para nosso mundo. Especula-se que os judeus cativos, a 1.280km de suas torres, ficaram espantados com a diversidade de línguas da populosa Babilônia, na época um cadinho das diferentes culturas dos povos dominados. Concluíram então que a confusão de línguas era uma maldição do Senhor sobre os Babilônios, por criarem religiões estranhas e construírem arrogantes torres para os céus. RUÍNAS BABILÔNICAS Hoje, a estrutura apontada como a Torre de Babel é pouco mais que um monte de armações de tijolos. A maioria dos indícios foi corroída pelo tempo e pela ação de saqueadores. Coincidência ou não, ali perto, os Jardins Suspensos-no passado uma das sete maravilhas do mundo-são estruturas incomprensíveis sem qualquer vestígio de arranjos florais ou vegetais. Obviamente, o conceito da Torre de Babel envolve um intricado número de questões relativas a filologia e teologia. Qual a relação existente entre crença e uma língua única, bem como entre pecado ( a construção da torre) e a incompreensão língüistica? Não foram poucos os autores que tentaram estabelecer conexões entre o dionisismo pré-cristão e um período utópico em que todos se entendiam. Como se o sentimento de culpa- uma característica tipicamente católica-estivesse irremediavelmente ligado ao poliglotismo. Um prato cheiopara os filólogos.