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Histórias Incríveis de canibalismo por sobrevivência (antropofagia )


( CONTEÚDO FORTE DE CUNHO JORNALÍSTICO) . Canibalismo , do ponto de vista léxico, como do ponto de vista antropológico, é sinônimo de antropofagia. O canibal é o selvagem que se alimenta, eventual ou sistematicamente, de carne humana. Ainda existem tribos que praticam o canibalismo, m várias partes do mundo. Mas, em geral, essa forma de antropofagia tem mais um sentido ritual, pois quando tais selvagens comem um inimigo, abatido em combate, na verdade lhe prestam uma homenagem, pretendendo por esse meio incorporar à sua personalidade as virtudes guerreiras do morto. Em circunstâncias difíceis, porém, o canibalismo representa um simples meio de sobrevivência, mesmo entre pessoas civilizadas. Entre os casos mais famosos de canibalismo, podem ser citados os seguintes: O bispo português D. Pero Fernandes Sardinha, vindo de Lisboa para o Brasil, no século XVI, após o naufrágio de seu navio, foi capturado, morto e comido pelos índios caetés. Quando Oswald de Andrade, em plena revolução modernista, lançou o seu famoso Manifesto Antropofóbico, citou esse fato, assim querendo jstificar o rompimento com as influências culturais européias que predominavam em nossas letras. O pintor francês Jean-Louis Géricault tem no Museu do Louvre um quadro, Le Radeau de La Méduse, que ficou famoso, por se basear num drama de canibalismo, de que o grande pintor foi conteporâneo. O quadro mostra a jangada em que os náufragos da fragata francesa La Méduse se matavam uns aos outros, para se alimentarem, após prolongada permanência no mar. Sobreviveram apenas uns poucos, os mais fortes. Uma avalanche súbita de neve, numa das montanhas da Califórnia, nos Estados Unidos, isolou-em condições parecidas com a tragédia dos Andes- um grupo de 87 pioneiros, no ano de 1846. Quando a comida acabou, alguns, os mais fracos, morreram de inanição e foram enterrados na neve, pelos sobreviventes.Mas, depois, esses acabaram desenterrando os mortos e acabaram por devorá-los. Tal drama ficou documentado no poema-narrativa The Donner Parthy, de George Keitheley. Mark Twain se valeu do mesmo episódio para escrever o conto Canibalismo Num Trem, imaginando a mesma situação entre passageiros de um trem isolado pela neve. O francês René Belber que conseguiu fugir do presídio da ilha do Diabo, perto de Caiena, na Guiana Francesa narrou um caso de canibalismo em um grupo de foragidos, sem ter o que comer, devorou um dos seus próprios companheiros que morrera em consequência de ferimentos recebidos na perseguição seguinte á fuga.
A TRAGÉDIA COM OS URUGUAIOS NOS ANDES 
O cidadão soviético Marctchenko, deportado em 1961 a 1968 para um campo de concentração, no livro Meu Testemunho, narra fato ainda mais impressionante: casos de antrofagia. Disse ter visto companheiros à míngua de alimento, CORTAR EM DESESPERO PEDAÇOS DE SUA PRÓPRIA CARNE, PARA COZINHÁ-LA E COMÊ-LA. Em 1968, em plena cidade de Londres, a polícia encontrou num alojamento miserável, ocupados por imigrantes do  continete Africano, destituídos de qualquer recurso, UMA PERNA HUMANA SALGADA E UM PÉ QUE JÁ ESTAVA SENDO COZIDO DENTRO DE UMA MARMITA. O etnólogo francês Raymond Guideri conta que, em 1944, no arquipélago das ilhas Salomão, onde esteve por várias vezes, ainda eram realizados, em caráter secreto, festins canibalescos. E acrescenta: ''Esses homens, das tribos Fataleka, não são canibais por necessidade, nem por prazer, mas por submissão ritual, em obediência à vontade de um chefe morto, cuja sucessão seria assegurada com o sacrifício de uma vítima e de sua ''consumação''. Esse canibalismo ritual persiste, ainda hoje, entre índios do continente americano, entre tribos africanas e da Oceania. O jovem Michael, filho do então governador do Estado de Nova Iorque, Nélson Rockefeller, desaparecido na Nova Guiné, teria sido devorado em um ritual de uma tribo antropófaga. Um jornalista alemão declarou ter visto nas mãos de um soldado do Cambódja o fígado arrancado de um vietcongue. Tal soldado lhe teria dito: ''É excelente, cozido com legumes. Quer experimentar?'' Pode ser , porém uma invenção sensacionalista do repórter, tão autêntica quanto a famosa anedota   do etnólogo que teria interrogado o chefe de uma tribo africana: ''Ainda há canibais entre vocês?'' E o chefe respondera, escandalizado: '' Oh! não! O ultimo que ainda havia, nós comemos ontem!'' O Padre Oraison. em Paris, quando da ocorrência do Famoso acidente do avião nos Andes em que para sobreviver os tripulantes vivos comeram os mortos para sobreviverem, em 1972, declarou na epoca não considerar tão grave assim o caso dos desportistas uruguaios: Não se trata de canibalismo, porque eles não usaram de ferocidade e não mataram seus companheiros. Trata-se simplesmente de algo comparável ao que fez o Professor Christian Barnard, que tirou corações de mortos para permitir que outros homens continuassem a viver. Um dos sobreviventes dos Andes aludiu á comunhão e às palavras de Cristo: '' Tomai e comei: isto é a minha carne e isto é o meu sangue.'' Há povos que comem o coração de seus ancestrais. Cristo fez dessa totemização um símbolo. Assim, a atitde dos sobreviventes não me parece chocante.''