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Esquizofrenia,Transtôrno Bipolar,Autismo,Depressão Maior e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade CAUSAS RECÉM -DESCOBERTAS

5 TRANSTORNOS PSIQUIATRICOS COMPARTILHAM OS MESMOS FATORES DE RISCO GENÉTICO.
À primeira vista, os distúrbios parecem bem diferentes: Esquizofrenia,Transtôrno Bipolar,Autismo,Depressão Maior e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, mas compartilham várias falhas genéticas que "empurram" o cérebro ao longo do caminho para a doença mental. Se a doença vai se desenvolver ou não, continua dependendo de outros fatores, genéticos e/ou comportamentais.
O estudo, publicado na revista Lancet, baseou-se no exame de dados genéticos de mais de 60.000 pessoas ao redor do mundo e é o maior estudo genético já realizado para doenças psiquiatricas.
Os achados reforçam uma visão emergente de doença mental, que tem como objetivo fazer diagnósticos com base nas aberrações genéticas subjacentes nas doenças em vez de sobre os sintomas da mesma.
Duas das aberrações descobertos no novo estudo estavam em genes utilizados num dos principais sistemas de sinalização no cérebro, dando pistas para os processos das doenças e sugestões de como trata-las.
O que foi identificado, é a pontinha do iceberg, mas, à medida que esses estudos evoluem, vão provávelmente encontrar outras superposições de genes.
Este estudo não significa que a genética dos transtornos psiquiatricos seja simples. Os pesquisadores acham que há centenas de gens envolvidos e esta variação genética que acabou de ser descoberta contitui-se apenas num pequeno risco para desenvolvimento do transtorno.
O trabalho começou em 2007 quando os pesquizadores começaram a investigar os dados genéticos gerados em estudos em 19 países que incluiam 33.332 pessoas com doenças psiquiatricas e 27.888 sem, para comparação.
Estudaram os exames de DNA das pessoas, procurando variações em qualquer um dos vários milhões de lugares ao longo do trecho de material genético que contém três bilhões de letras de DNA, e a questão básica foi: " Será que as pessoas com doenças psiquiátricas tendem a ter um padrão distinto de DNA em qualquer um desses locais?"
Pesquisadores já tinha tido algumas pistas de sobreposição de efeitos genéticos em gêmeos idênticos, onde um tinha esquizofrenia e o outro trantorno bipolar, e também examinaram os genes de algumas famílias onde as doenças psiquiatricas pareciam prevalentes, encontrando algumas poucas interrupções incomuns de cromossomos ligadas a doenças psiquiátricas.
Agora, o que os surpreendeu mesmo, foi o achado que, enquanto uma pessoa com a tal aberração genética pode ter um transtôrno, um parente com a mesma mutação tem outro, o que os levou a pensar que, dois diagnósticos diferentes podem ter o mesmo fator de risco genético.
Na realidade, como bem explicado no artigo, diagnósticos psiquiatricos baseados em sintomas são bem difíceis, por exemplo, o autismo era chamado de esquizofrenia infantil, e foi só nos anos 70 que foi colocado como entidade distinta.
O problema é que não estava claro se aquelas familias com prevalência de distúrbios psiquiatricos eram uma exceção ou estavam apontando para o fato de que transtôrnos multiplos pode vir de uma única falhazinha genética.
Este estudo demonstrou exatamente isso: múltiplos transtornos provindos de uma única falha genética.
Mostrou também que há 4 regiões no DNA que se constituem em riscos para distúrbios psiquiatricos: para duas delas, ainda não está claro que genes estão envolvidos, e para as outras duas, são as que tem genes que são parte dos canais de cálcio, os quais são usados quando os neuronios "disparam"sinais no cérebro.
A fantástica consequência disto é que um dia se possa desenvolver tratamentos que, atuando nos canais de cálcio possam funcionar numa variedade de transtornos.
(Já há drogas no mercado que bloqueiam os canais de cálcio e são usadas para tratar pressão alta, embora pesquisadores já tenham postulado, bem antes deste estudo, que podiam ser úteis para tratamento do distúrbio bipolar. O Dr. Roy Perlis doMassachusetts General Hospital, já completou um pequeno estudo com 10 pessoas com distúrbios bipolares, usando bloqueadores dos canais de cálcio, e está expandindo para um grande estudo clínico randomizado.)