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Entrevista com Pepe Chaves , Jornalista , Ufólogo e Documentarista

 O que você acharia se conhecesse alguém multi-tarefa, que é jornalista, ufólogo,artista plástico/gráfico, escritor, editor, músico, produtor cultural e documentarista? E que além de ter uma vida rica e intensa vive na incrível cidade mineira de São Tomé das Letras , conhecida por sua magia e encanto? Este é Pepe Chaves , nosso entrevistado dono do portal Via Fanzine, um dos pioneiros da internet no Brasil. Dono de um grande currículo de pesquisas ufológicas que o fizeram ser um dos nomes mais respeitados do assunto no Brasil . Desde São Tomé das Letras, Pepe comanda seu mundo incrível e que nos leva a partir deste mês  ao documentário belíssimo e reconhecido internacionalmente '' Coração Guarani'', que está em cartaz na TV DTV. Confira!
 

Por Dante Villarruel

Oráculo/DTV - Como você começou sua carreira de jornalista?
Pepe Chaves -Eu comecei a trabalhar com jornalismo em 7 de abril de 1994 (coincidentemente, Dia do Jornalista), quando fundei o jornal Via Fanzine juntamente com meu amigo Adilson Rodrigues Nogueira, em Itaúna MG. A princípio veiculado como um tabloide mensal, depois quinzenal e mais tarde semanal e somente em 2004 um diário digital, através de nosso portal.

Oráculo/DTV - Por que o nome Via Fanzine?
Pepe Chaves -"Fanzine" é a junção de duas palavras: fã clube e magazine. No início dos anos 80 surgiram em todo o mundo os fanzines, publicações alternativas ou específicas voltadas a admiradores de determinados temas. A maioria era feita com impressão xerox, contendo colagens, desenhos, poemas e outras manifestações artísticas. Então, quando fomos fundar o jornal impresso em Itaúna eu pensei em se chamar Via Fanzine, ou seja, através do fanzine, ou pelo fanzine. O jornal que surgiu a princípio como um informativo cultural, cresceu e passou a abordar diversos outros temas, inclusive de cunho social, político ou comunitário exercendo fortes influências em nossa região.

Oráculo/DTV - Você viveu a incrível juventude dos anos 80. Conte como foi essa época para você e suas influências.
Pepe Chaves -Foi uma época muito boa, na qual vivi boa parte de minha adolescência. A partir de 1985 houve a abertura democrática, com a eleição indireta de Tancredo Neves, trazendo novos ares ao país, como o fim da censura e a volta políticos e artistas banidos do país pela ditadura. Foi um período de forte efervescência cultural no país, de abertura para atos de maior liberdade, com o surgimento de muitos artistas influentes, sobretudo, na música, na dramaturgia, nas artes plásticas, nas escritas. Tive boas influências de muitas figuras de destaque nos anos 80, como no campo do jornalismo, da música, da cultura de modo geral.

Oráculo/DTV - Como você passou a se interessar pela ufologia passando a se tornar um ufólogo conhecido e muito crítico, a respeito dos falsos avistamentos, falsas histórias e vendo a ufologia por um lado mais cientifico e sério?
Pepe Chaves - A ufologia entrou muito cedo para a minha vida. Quando tinha cinco anos presenciei o voo de um OVNI sobre minha cidade, que foi visto também por milhares de pessoas espalhadas por outras cidades mineiras, conforme reportou a mídia na época, isso foi em 1969/1970 e muito me impressionou. A minha curiosidade pelo assunto veio crescendo após ter passado algumas incríveis experiências pessoais, o que me levou a pesquisar a chamada "Mãe do Ouro", uma pequena bola de luz que vaga pelos sertões do Brasil. Escrevi um livro ainda não publicado sobre este tema, reunindo dezenas de relatos da populaçãosertaneja em Minas Gerais sobre os estranhos avistamentos dessa enigmática luz, especialmente, na região de minha cidade natal, Itaúna-MG. De 1997 a 2000 eu publiquei uma revistinha ufológica chamada UFOMANIA, com matérias exclusivas de minha autoria e colaboradores. Era bem simples, foi o embrião do futuro portal UFOVIA. Era impressa em jato de tinta e enviada por assinatura via Correios a amigos e grupos ufológicos de todo o país. Mais tarde com o advento da internet, fundei o portal UFOVIA em 2004 e que continua online até o presente.Realmente, sempre procuramos tratar o assunto ufologia com responsabilidade. E por vezes, ao mostrar a verdade de vários fatos ou a mentira em outros, arrebatamos uma legião de inimigos na ufologia, pessoas que desejam apenas aparecer, provar que ET existe forçadamente e jamais, trabalhar em busca da verdade. Sofremos vários ataques por conta disso, mas não nos arrependemos de sermos honestos no mais amplo sentido.

Oráculo/DTV - Você foi um dos pioneiros do uso da internet no Brasil. Conte um pouco como era nessa época principalmente sem as redes sociais e sem tanto recurso e com bem menos velocidade e com poucos usuários,além do fato de que era apenas por computador
Pepe Chaves -Não creio que esteja entre os primeiros a acessar a internet no nosso país, mas em 1996, fomos o primeiro jornal de Itaúna a falar sobre a internet, numa matéria especial sobre servidores, quando, até então, a rede mundial era algo completamente desconhecido para nossos conterrâneos. Em 1998 entramos para a rede e o panorama geral era bem diferente do atual. Mas somente em 2004 eu viria a administrar um portal. Havia os grupos do Yahoogrupos, que funcionavam como uma espécie de Facebook de hoje. Era um sistema em que as pessoas enviavam e recebiam mensagens por e-mails, dentro de determinados grupos de temas específicos. Mais tarde surgiu o Orkut, que inspirou o Facebook que surgiria anos depois. Em tudo isso, cabe destacar a grande influência da internet junto aos meios de comunicação, pesquisa e da informação, fazendo-os crescer a olhos vistos. Cabe frisar que, desde o surgimento da internet vimos o fechamento de vários e tradicionais veículos da comunicação impressa ou televisiva, causando uma verdadeira revolução nas sociedades.
Dante
Oráculo/DTV - Falando em revolução.Qual a matéria mais incrível que você produziu?
Pepe Chaves -Olha, felizmente produzimos algumas matérias de impacto, seria difícil destacar uma. Mas citaria uma reportagem em vídeo que fiz na periferia de Belo Horizonte, em Nova Lima, mostrando o dano ambiental causado por uma cava de uma mineradora (antiga MBR), que atingiu o lençol freático criando um dos lagos artificiais mais profundos do mundo. O local é hoje de propriedade da mineradora Vale S/A e certamente, num tempo futuro irá gerar um grande transtorno na região já que a cava imensa, continua se enchendo de água. Este vídeo está intitulado "Belo Horror na Serra do Curral" mostra o gigantesco estrago ambiental na periferia da capital mineira, tão pouco enfocado pela mídia local. O vídeo teve milhares de acessos e nossa ida lá gerou repercussão em Belo Horizonte e Nova Lima, após nossa visita ao local a área foi cercada e vigias foram colocados lá. O vídeo "Belo Horror na Serra do Curral" pode ser acessado livremente no canal da TV Fanzine no You Tube.

Oráculo/DTV - Vocêjá trabalhou no rádio também?
Pepe Chaves -Sim. Trabalhei somente por seis meses na rádio Alternativa, em Itaúna. Na época eu comandava um programa especializado em músicas autorais locais. Apesar de curta, pois não conseguimos patrocinadores, foi uma experiência muito gratificante.

Oráculo/DTV - E vocêtambém é musico. Como começou no mundo da música e qual o estilo e qual sua opinião a respeito do fim da boa música nas paradas. Nessa invasão de música ou pseudomusica que tomou conta do mundo nesses últimos anos? É uma mostra da infantilização do mundo ou o que?
Pepe Chaves -Por alguns anos ganhei a vida como músico profissional, produtor, técnico em sonorização e empresário musical. Na verdade, vivi isso de 1987 até 1994, quando comecei a trabalhar com jornalismo e me distanciei da música. Mas tivemos uma banda chamada Elfos que fez história em Itaúna e temos dezenas de composições autorais gravadas. Também produzi alguns CDs coletâneas com músicos da minha cidade. Acho que a degradação música sempre existiu, em todas as épocas houve músicas de qualidade e sem qualidade. O que tenho reparado é que ultimamente, trabalhos de qualidade - apesar de existirem - nem chegam a ser tornados públicos. Existe uma massificação da banalidade por parte das produtoras fonográficas, apresentando, na minha opinião, artistas praticamente descartáveis e que são incapazes de acrescentar algo de positivo aos ouvintes. E assim, enquanto verdadeiras pérolas musicais sequer chegam a ser conhecidas do público, nossos ouvidos são agredidos por porcarias da pior qualidade.

Oráculo/DTV –Você é produtor cultural então conhece bastante gente de qualidade e em várias áreas da arte. Você vive na mística São Tomé das Letras. Tem bastante tribos diferentes e consecutivamente gente de arte também com muito talento?
Pepe Chaves - É verdade, conheço gente do melhor quilate artístico, gente que o país e o mundo jamais irão conhecer, mas cujos trabalhos não ficam a dever aos melhores consagrados, acredite. Aqui mesmo em São Tomé como em Itaúna, há grande músicos, artistas plásticos, atores, escritores, mas que jamais serão nacionalmente revelados, justamente (e por ironia...), porque são realmente bons naquilo o que fazem. E o mercado não pode isso agora. Talvez, nem depois. O mercado hoje sobrevive é de porcaria.

Oráculo/DTV - Vocêjá pensou em montar uma gravadora independente?
Pepe Chaves -No passado, sim. Atualmente, não. Como lhe disse, o mercado não pede trabalhos de qualidade, seja em quaisquer ramos das artes. No caso da música, parece que as grandes gravadoras preferem apostar naquilo que pode ser consumido pela maioria de pessoas incultas, do que naquilo o que pode tornar estas figuras incultas mais cultas. Infelizmente, eu vejo assim.

Oráculo/DTV -Falando em arte, vocêtambém é artista plástico/ gráfico. Fale a respeito...
Pepe Chaves -Sim, eu comecei a desenhar muito cedo, com uns 4 anos, creio, no antigo papel de pão (risos). Na infância produzi pra mim mesmo, revistinhas esportivas, em quadrinhos, histórias em geral, escritas e ilustradas. Mais tarde eu aprendi técnicas de pintura a óleo e produzi uma série de 12 quadros que chamei de "Paisagens de Naqüata", que seria uma galáxia. Com exceção ode um, vendi todos estes quadros, que mostravam paisagens siderais surrealistas. Mas trabalhei muito com ilustração na arte e na publicidade (e ainda trabalho), para gráfica, estamparia, produzindo desenho eletrônico e também, charges durante a época do Via Fanzine impresso. Sem dúvida, as artes plásticas e gráficas estão entre as minhas grandes paixões.

Oráculo/DTV -O que você acha da arte gráfica, dos logotipos por exemplo das emissoras de TV e da computação gráfica? Qual você considera diferente ou mais bem cuidado e o que você acha do grafismo com a tecnologia atual? Qual a diferença de uns 20 ou 30 anos atrás?
Pepe Chaves -Já por vários anos, eu trabalho com a criação de logos para empresas e entidades, e confesso que sou admirador do layout dos logos de tevês (risos). Sempre observo todos, nos sites e nos microfones... Não apontaria um melhor, mas admiro muito os trabalhos de Hans Donner. Contudo, ainda não tive o prazer de desenvolver um logo para uma tevê. Acho que o grafismo evoluiu muito nas últimas décadas, no Brasil e no mundo. Hoje temos softwares de grande precisão para se produzir o que desejarmos, de modo relativamente fácil. Em tempos atrás - e eu me lembro de ver isso na minha cidade - os jornais eram feitos e linotipos. Ou seja, para imprimir um jornal o gráfico tinha que montar letra por letra de ferro em cada palavra grafada. Era um trabalho de horas que, hoje com o computador pode ser feito em minutos. Então, nesse caso, lembrando aqui o título de uma canção do Pink Floyd, eu diria, "seja bem-vinda a máquina!".

Oráculo/DTV -E vocêtambém produz e cria vídeos. Tem a TV Fanzine no YouTube que agora está com uma parceria de vídeos coma DTV, que é do Oráculo. Nos diga sobre o seu lado de vídeo produtor e diretor de documentários.
Pepe Chaves -Eu comecei a trabalhar com produção de vídeo somente em 2010, ano em que produzi um dvd da minha antiga banda Elfos, montando vários clipes de nossas músicas. A partir daí eu produzi vários documentários sobre os antigos muros de pedras que por vários anos eu pesquiso na minha região natal. São construções muito antigas perdidas por séculos nas matas e isso me fascinou. Em nosso canal há desses vídeos que produzi, mostrando alguns destes locais. Produzi também alguns documentários ufológicos e outros clipes musicais, de produção minha ou de amigos. E em 2012, produzimos o documentário "Coração Guarani", com imagens de Sandra Baptista e WilnerForini, com trilha sonora original.

Oráculo/DTV -Fale mais sobre esse documentário que o públicopoderá conferir na tela da DTV agora. E também sobre aquele efeito que você criou das montanhas que parece um avião sobrevoando as montanhas.
Pepe Chaves -A ideia desse documentário mostrando o cotidiano de uma tribo guarani no litoral paulista surgiu após eu ver as belas imagens tomadas por Sandra Baptista e WilnerForini nessa aldeia em São Sebastião-SP. O documentário de uma hora de duração tem trilha sonora original, com músicas de autoria e interpretação de F.C. Perini, Fernando Chaves, NocaTourino, Telma Rosa e Daniela Starling, além de canções indígenas gravadas no local. Tivemos o prazer de ter Coração Guarani exibido em 2018 no Museu da Cultura Popular de Frankfurt, Alemanha. Nosso documentário teve pouca repercussão no Brasil, mas, para nossa surpresa, os alemães nos procuraram solicitando autorização para incluir o documentário em sua programação do ano passado. Permitimos e ficamos muito felizes pelo reconhecimento no exterior. Sobre o efeito que você cita, foi feito através do aplicativo Google Earth: visitamos virtualmente pelo alto a região da aldeia, aos pés da Serra do Mar e conseguimos produzir uma espécie de "voo" de drone (risos) sobre a aldeia. Isso foi feito apenas deslizando o mouse sobre a paisagem mostrada na tela. Desta forma, utilizando apenas a criatividade, conseguimos um efeito interessante, a custo zero.

Oráculo/DTV - Muito bom Pepe. Quais suas considerações finais para o público?
Primeiramente agradecer a você, Dante Vilarruel pelo interesse e por divulgar nosso desprendido trabalho seja no campo das artes, da cultura ou das informações. Também sou admirador de seu trabalho e para nós, é um grande prazer tê-lo como parceiro. Acredito que a educação é o principal remédio contra a ignorância. E, ainda que façamos nossas partes em doses de formiga, é essencial que acreditemos na capacidade humana, para somar, agregar, legar, e assim, crescer.  Muito obrigado. Site do Via Fanzine:  http://www.viafanzine.jor.br/principal.htm   Via Fanzine no Facebook:  https://www.facebook.com/viafanzine  Canal do Via Fanzine no YouTube: https://www.youtube.com/user/viafanzine?reload=9        VOCÊ PODERÁ ASSISTIR AO DOCUMENTÁRIO ''CORAÇÃO GUARANI'' DURANTE A PROGRAMAÇÃO DA TV DTV QUE VOCÊ PODE CONFERIR  NA TELA A SEGUIR. Disponível em Smarttv, PC, notebook, tablet e celulares!