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Os bastidores da possível venda da Globo

Um número cada vez maior de comentaristas e fontes ligadas ao mercado financeiro nacional tem dito, nas últimas 72 horas, que o Grupo Carlos Slim, pertencente ao multibilionário dono de empresas de telecomunicação no México e na maioria dos países latino-americanos, estaria interessado na compra da maioria acionária da TV Globo. Trata-se do maior ativo das Organizações Globo, dona de títulos de jornais como O Globo e Extra. Também seria uma das donas da revista IstoÉ e é dona de concessões de canais de rádio e repetidoras por todo o país.


No Brasil, Slim, dono das operadoras Claro e Embratel, estaria prestes a comprar a Rede Globo
A legislação brasileira, em tese, proíbe que empresas estrangeiras detenham mais do que 30% do controle acionário em empresas jornalísticas. Uma Medida Provisória editada em 2002, ainda no governo FHC, estabeleceu o limite. O texto foi aprovado no dia 27 de Novembro de 2002 pela Câmara, sob a presidência do senador Aécio Neves (PSDB-MG). A MP foi, assim, transformada na Lei 10.610, de 20 de Dezembro de 2002.



Com o relacionamento estreito entre a Globo e os líderes do governo,  esta barreira estaria em vias de ser resolvida, numa articulação no Congresso. Advogados supostamente ouvidos pela reportagem do site Correio do Brasil reconhecem que há o impedimento legal, “mas nada que parlamentares dispostos a derrubar a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) não seriam capazes de organizar”, disse um jurista, na condição de anonimato.

Um artigo dos advogados José Carlos Junqueira S. Meirelles, Rachel Bejla Mejlachowicz, Bruno Enrico Dalarossa Amatuzzi, sócio, associada e assistente do escritório Pinheiro Neto Advogados, integrantes da Área Empresarial, publicado à época, no entanto, já havia comentado sobre o uso de uma Medida Provisória como ferramenta para a regulamentação do texto constitucional.

“O Poder Executivo decidiu regulamentar o artigo 222 da Constituição Federal por meio de Medida Provisória, deixando as importantes discussões sobre o tema para um momento posterior. Isso porque, apesar de possuir eficácia imediata, para que se torne lei, a MP 70/02 dependerá de aprovação do Congresso Nacional, devendo ser submetida a processo legislativo na Câmara e no Senado, oportunidade em que o assunto, em tese, será melhor debatido”.


Se a questão legal tornar-se uma barreira contornável para a aquisição do controle acionário da Globo por parte do Grupo Slim, que controla a Embratel e a NET, após fusão com a empresa de telecomunicações Claro, uma solução para a dívida bilionária da Rede Globo junto à Receita Federal também estaria em curso.

Apresentador do programa Domingo Espetacular, na concorrente Rede Record ,o jornalista Paulo Henrique Amorim gravou um vídeo em seu blog 'Conversa Afiada''no qual cita a operação bilionária, em curso, entre a Globo e Carlos Slim. E Amorim afirmou que a emissora carioca estava à venda e o comprador seria o empresário mexicano.

O jornalista, na gravação, relata que “o Slim salvou a Globo em 2004, quando a Globo quebrou”.

— Botou dinheiro para a compra da Net (…). A Globo, nos últimos três anos, distribuiu R$ 5 bilhões aos seus acionistas. Isso significa que os donos não querem mais investir no negócio. Estão metendo a mão na grana e pulando fora — disse.


Amorim acrescentou que a emissora do Jardim Botânico não estava mais ganhando dinheiro com produção de conteúdo. O lucro da emissora, disse, deixou de ser operacional, passando a ser originário de aplicações financeiras





Em recente artigo publicado em blogs da mídia alternativa, nesta terça-feira, o professor de História Carlos D’Incao segue na mesma trilha de Paulo Henrique Amorim: “A Globo será vendida”.

“A Rede Globo de Televisão está em avançado processo de negociação de venda de todo o seu grupo para o mega-empresário mexicano Carlos Slim (…). Todos os seus movimentos financeiros e contábeis estão caminhando nesse sentido. Ela paralisou todos os investimentos, distribuiu dividendos aos seus acionistas. Está saneando todo o seu quadro de funcionários. Na espera de uma última medida do governo Temer para fechar esse negócio. Essa medida é uma espécie de anistia do seu passivo tributário, que hoje está na casa dos bilhões de reais”, afirma D’Incao, em texto publicado na sua página, em uma rede social.No início da década de 90, no governo Collor, o finado patriarca da Globo, Roberto Marinho, comandava a NEC do Brasil (fornecedora de equipamentos para telefonia) e Eduardo Cunha era presidente da TELERJ (Cia. Telefônica do Rio de Janeiro), ainda estatal.

Em 1992, Cunha assinou um aditivo de US$ 92 milhões à um contrato da Telerj de 1989 com a NEC, em vez de abrir nova licitação. O aditivo era para ampliar o número de terminais para 40 mil celulares.

Em 93, já no governo Itamar Franco, sob nova direção, o então presidente da Telerj, José de Castro Ferreira, assinou o segundo aditivo. Também não abriu licitação, mas pelo menos pagou "apenas" US$ 30 milhões, para a mesma quantidade de 40 mil terminais, que Cunha contratou no ano anterior por US$ 92 milhões.

A explicação do porque Eduardo Cunha pagou US$ 92 milhões pela mesma coisa que José de Castro pagou US$ 30 milhões , nunca se soube.
Ainda segundo o historiador, “após a aprovação da Reforma da Previdência, mais especificamente no mês de julho, o governo Temer estuda aprovar um gigantesco Refis (recuperação fiscal das empresas) onde grandes devedores terão anistia de até 90% de suas dívidas para com o governo e ainda poderão parcelar o restante em 240 vezes, com juros baixos. Depois desse Refis e ainda nesse ano (provavelmente ao longo do mês de outubro) a Globo terá um novo dono. E esse será Carlos Slim, um homem que sabe fazer duas coisas muito bem. Abrir as portas para a mídia norte-americana e oferecer serviços de baixa qualidade a preço alto”. Oficialmente Globo e a Teleco nada confirmaram até agora. Ao que se comenta tudo será feito lentamente. A notícia , vista por muitos, como uma especie de Teoria da Conspiração, ganha ares de veracidade aos poucos, já que as informações que brotam cada vez mais se encaixam aos fatos e tendo em vista que existem cada vez mais fatos. Uma pessoa que já trabalhou na Globo disse que quando la´trabalhava até pouco tempo, o boato sempre era ouvido. Porém., a venda seria para um grupo de empresários japoneses.E a Globo tem contatos importantes no Japão.Até uma afilada. Nos anos 80 a Globo e a NEC foram protagonistas de um grande escândalo; Em 1983, por meio de uma joint-venture, transferiu o controle acionário da NEC Brasil para a Brasilinvest Informática e Telecomunicações ( e Mário Garnero passou a exercer o cargo de presidente do Conselho de Administração da NEC Brasil.

Em 1985 o Banco Central do Brasil liquidou a Brasilinvest. As irregularidades constatadas levaram o então ministro da Fazenda, Francisco Dornelles, a solicitar a prisão preventiva de Mário Garnero. O Ministro das Comunicações Antônio Carlos Magalhães suspendeu o pagamento de uma dívida de US$ 30 milhões de um contrato de fornecimento de equipamentos já entregues pela NEC Brasil à Telebrás.(Magalhães, grande amigo de Roberto Marinho) A transferência do controle acionário da NEC Brasil do empresário Mário Garnero ao jornalista Roberto Marinho foi consumada em outubro de 1986. Com o fim das empresas do Grupo Telebrás a NEC Brasil encerrou a sociedade com as Organizações Globo. Hoje o capital da NEC Brasil pertence 100% à NEC Corporation com sede no Japão. Ao contrário do que Paulo Henrique Amorim divulgou, a venda não tem nada a ver com a concorrência com o Facebook, Netflix e Google.Mas por razões financeiras mesmo. A escolha do grupo da Claro deve-se possivelmente ao know-how que o grupo de mídia tem da internet. Caso do grupo japonês também.
     

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