Sim...
as rosas choram ao verem minha tristeza com sua ausência...
Voltei a nossa praça, no mesmo horário e não te encontrei...
Chorei...
As pessoas passando apressadas, algumas olhando o revoar dos pombos, outras sentadas nos bancos , como eu, esperando ver-te passar distraido e só...
O nosso bar ainda vazio naquele horário, o garçom de sempre na porta, os camelôs e suas sacolas, o pedinte
buscando alguém que lhe pague um café, a moça apressada, o rapaz de mochila indo para o cursinho...
O cinema fechado...a farmácia aberta...e eu no mesmo banco esperando por você...
Distraido, o senhor das rosas passa com algumas da noite passada, um pouco murchas, talvez tristes e cansadas como eu...mas conservando o perfume,
a espera de algo que talvez não venha...
Um coração apaixonado que as oferte para a amada...o senhor para e sorridente me oferece uma, a mais linda...aceito feliz...
Afinal...rosas são rosas...e esse perfume fica em minhas mãos ao acariciá-la...é a mais pura linguagem do amor...é você amorzinho que se fez presente nessa manhã solitária em forma de perfume...
Levanto e volto para casa, meio triste, meio feliz sem nem saber porque...
Mas com a certeza de que ao colocar esta rosa num vaso com água, acariciá-la, trata-la com amor, ela ainda vai perfumar minha vida, durar o tempo em que for amada...durar o tempo do amor... |