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João de Deus. As acusações contra o médium.

Semanalmente, são realizados cerca de 3 mil atendimentos e grande parte das pessoas que buscam a cura de doenças como o câncer vem de fora do Brasil. Foi lá, na Casa Dom Inácio Loyola, que a austríaca Martha Rauscher morreu no dia 2 de fevereiro de 2012. Há uma investigação de 2003 pela morte do americano Javier Villa Real Bustus. De acordo com o processo, Javier teria abandonado o tratamento convencional que fazia contra aids para tratar com João de Deus e, mais tarde, veio a falecer no Hospital de Doenças Tropicais. Nesse processo, João de Deus está sendo investigado por homicídio doloso, com dolo eventual, ou culposo, quando não há intenção de matar. Em Abadiânia há outro processo contra João de Deus,  Os Casos   envolvem a família, crianças e adolescentes e os crimes sexuais têm esse tratamento pela Justiça. 

 Católico, João de Deus  é médium e afirma incorporar mais de 30 espíritos. Essas entidades é que realizariam os procedimentos médicos por intermédio dele.   Os serviços de tratamento espiritual do médium não são pagos e ele atende a todos sem discriminar classes sociais. Mas há serviços e objetos oferecidos pela Casa que pressupõem pagamento. As cápsulas de passiflora energizadas pelo médium são vendidas na farmácia do centro. O valor cobrado pelo pote grande do remédio é inferior ao de um similar vendido nas drogarias ou casas de produtos naturais. O mesmo ocorre com a água fluidificada: o preço é superior com de qualquer supermercado ou padaria .João de Deus, um homem de quase 1,90m, costuma dizer que nunca curou ninguém, em quase 60 anos de apostolado, sugerindo que “quem cura é Deus e os bons espíritos”. Ele costuma enfatizar que, “antes de vir pedir ajuda, o doente deveria desejar se recuperar”. Também não recomenda que os pacientes abandonem o tratamento médico. Ele diz incorporar vários espíritos (entidades), como o dr. Augusto de Almeida, o rei Salomão, santo Inácio de Loyola, são Francisco Xavier, dr. Bezerra de Menezes, dr. Oswaldo Cruz, Emmanuel, André Luiz, Zé Arigó (era protegido do presidente Juscelino Kubitschek) e o dr. Adolfo Fritz. Ele foi influenciado pelos espíritas de Palmelo, cidade de Goiás.Um dos irmãos de João de Deus, José Valdivino Nunes de Faria, Zezinho, era seguidor de José Porfírio (filiado ao PTB, mas ligado ao Partido Comunista Brasileiro), o líder da revolta de Trombas e Formoso, no Norte de Goiás, e, mais tarde, deputado estadual (teria sido assassinado por agentes dos porões da ditadura).

João de Deus foi “calceiro” do Exército por nove anos. Era alfaiate especializado na confecção de calças para os militares.

O médium mantinha relacionamento estreito com Chico Xavier, de quem chegou a receber um bilhete de apoio, no qual dizia que deveria ficar em Abadiânia.

Garimpeiro em Serra Pelada, João de Deus ganhou algum dinheiro lá após achar uma pepita de ouro. Teria usado recursos mediúnicos para encontrá-la. João de Deus ,  foi acusado de contrabando de minério, respondeu a processo por sedução e foi absolvido de uma acusação de assassinato. Desde 1980, é denunciado por prática ilegal de medicina. a Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO).
  leva o nome de um padre jesuíta morto há 400 anos, cujo espírito João diz incorporar.
Em setembro de 1980, João foi processado por crime de sedução contra a adolescente S.F.S, então com 16 anos. O processo foi extinto em 86 por desinteresse da família de S., disse Alderico Rocha dos Santos, atual juiz de Abadiânia.
S., natural de Minas Gerais, havia sido levada à casa espírita porque tinha menstruação irregular e dores de cabeça. Após uma sessão de cura que durou três horas, João teria decidido internar a garota.
"Depois de três semanas, os pais voltaram a Abadiânia e ela contou que tinha sido seduzida naquela sessão pelo curandeiro, com o argumento de que fazia aquilo para que o santo entrasse nela e a curasse", diz o advogado da família, José Antônio Lima.
O advogado de João, Ari Moisés Mariano, afirmou que tudo não passou de invenção da família para tentar extorquir dinheiro.
O segundo processo relacionado à casa espírita tramitou no fim dos anos 90  na 5ª Vara da Justiça Federal de Goiânia. Apurou se o local teria servido de depósito para material radioativo.
O processo,  foi aberto após João ter sido preso, em 5 de novembro de 1985, com 300 kg de autunita, minério com alto teor de urânio (elemento químico do qual se produz combustível para usinas nucleares).
Os três advogados contratados para defender João afirmaram que ele foi enganado: desconheceria que o material era radioativo e que estaria apenas transportando o minério até um campo de pouso.
No terceiro processo em que foi acusado, João foi absolvido por falta de provas. O caso envolvia a morte do taxista Delvanir Cardoso Fonseca, assassinado com um tiro nas costas no dia 27 de janeiro de 1980, em Anápolis (GO).
Segundo Sebastiana Geralda Costa, amiga de Fonseca, João teria ameaçado matar o motorista. O motivo seria um caso amoroso entre Fonseca e Tereza Cordeiro de Faria, ex-mulher de João.
A ameaça teria sido feita dois meses antes do crime, segundo Sebastiana. Dois dias após o assassinato, João e Tereza se separaram.