Para López, rendição abrirá olhos do mundo para autoritarismo de Maduro; número de mortos em manifestações chega a 4
O
líder da oposição Leopoldo López ressurgiu depois de dias escondido
para discursar em uma manifestação antigoverno e então se entregar às
autoridades nesta terça-feira, em uma medida que, disse, abrirá os olhos
do mundo para uma guinada cada vez mais autoritária do governo
socialista venezuelano.
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Falando
a cerca de 5 mil partidários com um megafone, López afirmou que não
teme ir para a prisão para defender suas crenças e seu direito
constitucional de protestar pacificamente contra o presidente Nicolás
Maduro. "Não temos nada a esconder", disse López a um mar de partidários
vestidos de branco.
Depois de seu curto discurso, López desceu de
uma estátua do herói da independência cubana do século 19 José Martí e
caminhou para um posto policial, onde se entregou.López era buscado pelas autoridades sob um mandado de prisão decorrente da violência que aconteceu em protestos na semana passada e enfrenta acusações que incluem de homicídio a vandalismo da propriedade pública. Maduro acusa López de liderar uma conspiração "fascista" para depô-lo.
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Os partidários de López disseram que as três pessoas que morreram nos protestos de quarta-feira foram atingidas por disparados das forças pró-governo. Na segunda-feira, uma quarta vítima, um menino de 17 anos, foi morto quando um veículo não identificado acelerou contra um grupo de estudantes no Estado de Sucre.
Estudantes gritam slogans contra o presidente Nicolás Maduro durante marcha em Caracas, Venezuela (18/2). Foto: AP
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O
protesto da oposição e uma marcha governista rival no centro da capital
foram feitas um dia depois de o governo Maduro ter dado 48 horas para
que três funcionários da embaixada dos EUA deixarem o país, alegando que eles apoiam conspirações da oposição contra seu governo socialista. Os EUA negam a acusação.
Em nora: Brasil adota discurso cauteloso sobre crise na VenezuelaPartidários de López, que o inimigo mais vociferante de Maduro, desviaram sua marcha da praça central em Caracas onde empregados do setor do petróleo planejavam sua própria manifestação.
Apesar disso, Still, um piquete policial inicialmente impediu os manifestantes de entrar na praça onde estava previsto que se reunissem. Estações vizinhas do metrô também foram fechadas, levando os organizadores a apelar aos vizinhos para abrir suas redes Wi-Fi para que os manifestantes pudessem se comunicar.
Diosdado Cabello, o presidente da Assembleia Nacional, disse que mesmo que os manifestantes tivessem o apoio dos marines americanos, sob nenhuma circunstância teriam permissão de entrar no reduto do governo no centro de Caracas.
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O governo venezuelano acusa o governo americano de
Barack Obama de se posicionar em favor de estudantes vistos como
responsáveis pela violência. Maduro alega que os EUA tentam causar
tumultos para retomar o domínio sobre o maior produtor de petróleo da
América do Sul.
Em Washington, o Departamento de Estado disse que
as alegações de que os EUA ajudam os manifestantes a se organizar são
"infundadas e falsas" e conclamou o governo venezuelano a se engajar em
um "diálogo significativo com a oposição".Na segunda-feira, o chanceler Elías Jaua disse que três funcionários consuladores graduados dos EUA estavam sendo expulsos porque tinham tentado se infiltrar nas universidades do país sob a desculpa de fazer operações de visto. Maduro expulsou diplomatas americanos duas vezes anteriormente.
Centenas de estudantes passaram a semana passada nas ruas de Caracas alternando protestos pacíficos durante o dia e batalhas campais com a polícia durante a noite, em um tumulto alimentado por problemas que vão desde o crime crescente a uma inflação de 56% e à escassez de produtos básicos.
*Com AP